O tradicional Grito dos Excluídos, realizado todos os anos no dia 7 de setembro, traz este ano o lema “Vida em primeiro lugar. Brasil: 200 anos de (in) dependência para quem?”. Será a 28ª edição da manifestação que mobiliza pastorais e entidades ligadas às igrejas, os movimentos sindical e social, na defesa dos setores excluídos e oprimidos do país.

Este ano, que marca os 200 anos de proclamação oficial da Independência, e que está atravessado por um processo eleitoral fortemente polarizado e por ameaças antidemocráticas, o Grito dos Excluídos colocará em debate a grave crise social e política no país.

O objetivo é discutir a violência, opressão e violações aos direitos dos povos indígenas e quilombolas, negros/as, das mulheres, das pessoas LGBTI+ e dos pobres de modo geral, reconhecidos como “vítimas maiores de um processo histórico de desigualdades sociais, que se arrasta desde o Brasil colônia”, conforme destaca o jornal especial desta 28ª edição da Marcha.

“Precisamos ter a consciência de que esse Brasil que está aqui não é o que queremos. E o que queremos de fato é que prevaleça a justiça, a solidariedade e, sobretudo, uma democracia sólida e participativa. Por isso a vida deve estar realmente em primeiro lugar”, declarou dom José Valdeci Santos Mendes, bispo da diocese de Brejo, no Maranhão, e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sócio Transformadora da CNBB, em entrevista coletiva organizada pela campanha nesta quinta-feira, dia 1°.

“Nosso grito não vem de alguém que está montado em um cavalo, às margens de um rio. O nosso grito é com os excluídos e excluídas. É o grito também do rio que está sendo aterrado e envenenado. É também o grito das florestas que estão sendo derrubadas, e de tantos irmãos e irmãs que lutam por vida e vida com dignidade. Esse nosso grito vem do nosso coração, que está no nosso corpo. E não, com todo o respeito, a um grito que vem de um coração que vai passando de mão e mão”, afirmou dom José, ironizando o tratamento dado por Bolsonaro ao coração de Dom Pedro I, conservado em formol e que chegou ao país no último dia 22.

Em contraponto à “celebração” dos 200 anos da independência oficial do Brasil, as organizações destacam ainda a dependência, na prática, da nação, através de mecanismos como a Dívida Pública. “No orçamento federal executado em 2021, o Brasil pagou R$ 1,96 trilhão com juros e amortizações da Dívida Pública, o que representa um aumento de 42% em relação ao valor gasto em 2020. Quase 51% dos recursos públicos estão indo direto para esta finalidade. O que coloca a saúde, educação, assistência social e segurança pública em um patamar de investimento mínimo, com impacto devastador nas condições cotidianas de vida das populações, especialmente as mais empobrecidas”.

Veja onde tem atos do Grito dos Excluídos marcados no dia 7 de setembro:

Acre

Rio Branco: 7h, em frente à Catedral Nossa Senhora de Nazaré (Centro). 

Alagoas

Maceió: 8h, Igreja Virgem dos Pobres

Amapá

Macapá: 9h na Igreja São José

  • Laranjal do Jari: 8h30 na Igreja Perpétuo Socorro

Bahia

Salvador: às 8h30, no Campo Grande (Concentração)

Senhor do Bonfim: Roda de Conversa, das 9 às 12h00, no Sindiferro – Senhor do Bonfim.

Campo Formoso: 19h30, via internet, com a participação dos movimentos sociais

Ceará

Fortaleza: 9h, ao lado do terminal do Lagoa, na Parangaba

  • Crato: 8h, concentração na Praça São Vicente, no Santuário Eucarístico
  • Juazeiro: 16h, celebração ecumênica na Praça Monsenhor Joveniano Barreto, em frente à Igreja dos Franciscanos.

Espírito Santo

Vitória: 8h na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) – Campus Goiabeiras, e às 9h, na Praça Vaz Melo

Goiás

Goiânia: 9h, na Praça José Bonifácio

Mato Grosso

Cuiabá: 7h30, na Praça do Rosário com caminhada à Praça do Ipiranga

  • Rondonópolis: 8h no Sindicato dos Bancários (Rua 13 de Maio, 1123)

Mato Grosso do Sul

Dourados: 7h, concentração na Rua Melvin Jones, com a Avenida Marcelino Pires

Maranhão

  • Bacabal: 8h Igreja São Raimundo Nonato
  • Caxias: 17h, caminhada reunindo as paróquias das 5 cidades que integram a Diocese de Caxias. Encerramento com missa, na Paróquia com a festa de N. S. de Nazaré.
  • Timon: 6h30, na Diocese Duque de Caxias

Minas Gerais

Belo Horizonte: 9h, na Praça Vaz Melo/Passarela da Lagoinha

  • Montes Claros: 8h30 Praça do Bairro Maracanã seguindo para a Cozinha Solidária do Bairro Itatiaia

Pará

Belém: 7h30, caminhada a partir da Praça Catedral

  • Prelazia do Alto Xingu-Tucumã: Concurso de Redação nas escolas municipais sobre o tema ” Vida em primeiro lugar”
  • São Félix do Xingu: ato público com caminhada, concentração na praça do CEU.
  • Tucumã: 7h30 Praça Catedral com caminhada até a Praça Ronan Magalhães

Paraíba

  • Campina Grande: Praça Clementino Procópio, durante o dia

Paraná

Curitiba: na Vila União (Comunidade do Tatuquara)

Pernambuco

Recife: 9h, no Parque 13 de Maio

Piauí

Teresina: 8h, em frente à Assembleia Legislativa

  • Paranaíba: Além da IV Semana Social da Diocese de Parnaíba, promovida pelas Pastorais Sociais e Caritas Diocesana de Parnaíba, missa de abertura, às 18h30, no festejo da Padroeira Mãe da Divina Graça

Rio de Janeiro:

Na capital fluminense, às 9h – concentração na Uruguaiana com Presidente Vargas

  • Nova Friburgo: 15h, Praça do Paissandu

Rio Grande do Norte

  • Mossoró: 7h, no Ginásio Pedro Ciarlini

Rio Grande do Sul

Porto Alegre: 9h, em frente à Igreja São José do Murialdo (bairro Partenon)

  • Pelotas: 9h no Largo da Bola (CCS/Universidade Federal de Pelotas)

Rondônia

  • Porto Velho: 16h, no Centro Político Administrativo

Roraima

Boa Vista: caminhada na periferia, à tarde; realização de oficinas de cartazes; Criação de um Rede Social específica para o Grito.

Santa Catarina

  • Joinville: 15h, Comunidade Santa Dulce dos Pobres/Paróquia Nossa Srª Belém

São Paulo

Na capital paulista, o ato “Terra, teto, trabalho e democracia – Pão e viver bem!”, na Praça da Sé, às 9h, integra o calendário de mobilizações nacionais do Grito dos Excluídos 2022.

  • Alto Tietê – Diocese de Mogi das Cruzes, em Mogi das Cruzes: Concentração 8h30, na Catedral de Sant´Ana, com apresentação das pastorais sociais e movimentos populares. Missa às 09h, com o bispo D. Pedro Luís Stringhini, caminhada até o Largo do Rosário onde haverá manifestações populares das lideranças por Direitos, Liberdade dos Povos e Democracia.
  • Americana: Celebração ecumênica e ato em bairro da periferia. 
  • Aparecida: 6h, na Praça Nossa Senhora Aparecida, em frente à Basílica história (velha).
  • Santos – Grito na Baixada na Zona Noroeste, concentração no sambódromo.
  • Itupeva, 10h, celebração do Grito na Igreja Santo Antônio.
  • Jundiaí : 10h, na Igreja Santo Antônio
  • Mogi das Cruzes: 8h30, concentração na Catedral de Sant’Ana; 9h – missa com Dom Luis Stringhini, após caminhada até o Largo Rosario.
  • Santo André, 9h30, missa na Igreja Matriz de Santo André seguida por uma caminhada até a Praça do Carmo, onde será realizado o Grito, com ato político e celebração inter-religiosa, com participação de indígenas, movimentos de matriz africana e representantes evangélicos, representantes de movimentos de moradia, povo de rua, refugiados, afrodescendentes, carroceiros e outros.
  • São José dos Campos: Praça Afonso Pena.
  • Piracicaba: Praça central da cidade.

Sergipe

Aracaju: 8h, celebração litúrgica e caminhada com concentração na Polícia Rodoviária Federal (lembrando do caso Genivaldo) e terminando na praça em frente à Paróquia São Francisco de Assis, bairro Santos Dumont

Tocantins

  • Araguaína: 7h30, Praça Luís Orione

Fonte: CSP Conlutas.

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